4.2.16

Negociação e realismo: as razões pelas quais o círculo do OE 2016 não será quadrado

A avaliar pelo que os media relatam, vai haver orçamento de 2016, em contraciclo com as políticas de austeridade, aceite no contexto da relação com a União Europeia e sem que a base política que sustenta o Governo de desmorone.
Muitos chamam a isto a quadratura do círculo e muitos mais achariam que tal exercício era altamente improvável.
Nos últimos dias vimos o que vale um Governo que sabe para onde quer ir e sabe também não ser obstinado e avaliar as condições reais para dar cada passo que se propõe.
Políticamente, o que houve de novo? Duas coisas. A Comissão Europeia teve pela frente um Governo que aceita negociar mas assume que não tem a agenda da direita europeia que a Comissão incorporou e ficámos a saber que a Comissão é um constrangimento ao desenvolvimento da nossa estratégia. O Governo tem em Portugal uma base política que mais uma vez demonstrou o realismo que todos achavam que não teria. Refiro-me ao BE, ao PCP e ao PEV.
O círculo não foi quadrado porque o Governo reaprendeu o valor da palavra negociação em política. Francamente já estavamos cansados de políticos obstinados! E também, deve salientar-se, porque a esquerda parlamentar reaprendeu o significado da palavra realismo, fundamental para se fazer parte da solução.
Quem ganha? Quem beneficiar da aceleração do crescimento económico e da correcção das desigualdades de rendimento, ainda que mais ligeiras do que gostariamos.
Quem perde? Quem sempre apostou que fora do quadro mental do Partido Popular Europeu não há margem para governar na Europa do Sul.

1 comentário:

São disse...

Concordo.

Espero que a actual solução governativa cumpra a totalidade da legislatura e que se assim não for, não seja por responsabilidade própria.

Caso contrário , toda a Esquerda pagará muitissimo caro e ficará arredada do POder por largos e largos anos .

Os meus cumprimentos.